A ficha caiu. O futuro do consumo de tecnologia está na "base da pirâmide" social. Os 5 bilhões de habitantes desconectados do planeta tornaram-se peça importante para empresas de tecnologia.
O Facebook anunciou na semana passada que vai entrar pesado (em parceria com empresas de celular) na expansão da internet para países pobres. O plano traz uma série de questões. Mas o anúncio aponta claramente para onde a empresa está olhando.
A Mozilla também acaba de lançar o Firefox Phone, para população de menor renda. Feito com tecnologia 100% aberta, custa US$ 80. A primeira remessa esgotou-se em uma semana na Inglaterra (o aparelho vai ser lançado também no Brasil, na Colômbia e na Venezuela).
Até a Apple vai soltar um celular popular. A próxima versão do iPhone será dividida em duas. O iPhone 5S será vendido nos EUA como produto topo de linha. Já o iPhone 5C, mais simples, vai para o resto mundo a preço menor. É a primeira vez que a Apple adota uma estratégia de segmentação de preço tão agressiva.
A Samsung também entrou na jogada. Na Índia, a empresa está fabricando celulares no modelo antigo, parecido com os primeiros fones da Nokia. São de baixíssimo custo (menos de US$ 20), mas com funcionalidades um pouco melhores (veja aqui: bit.ly/samindia). Resultado: sucesso absoluto.
O Brasil poderia ter entrado para liderar no desenvolvimento de tecnologia para a base da pirâmide social. A concorrência nesse nicho era pequena e desorganizada. A janela ficou aberta por um bom tempo. Agora começou a se fechar.