Biohack: especialista em segurança digital comenta riscos e vantagens

A edição anual do Security Analyst Summit (SAS), evento da Kaspersky Lab, em Cancun, México, tratou de um tema muito polêmico: biohack. Uma demonstração polêmica contou com a presença de Hannes Sjoblad, representante da Associação Sueca de Biohacking, que comentou sobre os riscos e vantagens da técnica que insere chips e outros componentes no corpo humano; veja como funciona.



A técnica consiste na implantação de chips no corpo humano. Estes pequenos aparelhos podem ser usados como forma alternativa de autenticação, eliminando crachás e senhas, ou até para fazer o rastreamento de informações de saúde dos usuários.

Durante o evento de segurança digital, Sjoblad apostou no futuro do biohack e teve um chip implantado em uma de suas mãos diretamente no palco por um body piercing. O representante da Associação Sueca afirmou que acredita que os implantes em breve poderão suplantar chaves de carro, cartões de proximidade (NFC) e outros autenticadores. Em contrapartida, a tecnologia poderá adicionar um risco para o bem estar físico e a privacidade, completou.

Tipos de biohack

O uso de chips NFC implantados tem dois tipos básicos de categorias de aplicação: identificação e armazenamento de informação. No primeiro, os chips podem ser usados para identificar e autenticar o usuário para a entrada em um edifício ou a verificação de uma transação. No segundo, ele pode ser útil para usar os dados armazenados para personalização. Em um carro, por exemplo, essas informações podem servir para ajustar as definições do assento e do espelho automaticamente.

Vantagens e riscos

"Estes implantes têm o potencial de ser usado para logins digital, armazenamento de chaves de criptografia pública e, talvez, substituir todas as senhas bobas que não funcionam", disse Sjoblad, animado com futuras aplicações. O representante sueco também explicou que os dados coletados pelo minúsculo chip APT movido a bateria, podem ser lidos por um aplicativo móvel.

Do ponto de vista da segurança, no entanto, a implantação de uma tecnologia de controle apresenta risco físico. Isso acontece porque, assim como na atual tecnologia de implante humano, usada em marca-passos, por exemplo, há o risco de que eles possam ser acessados remotamente por hackers, colocando em risco dados privados e a saúde dos usuários.

Para complicar mais as coisas, existe a questão dos dados de saúde. Monitores rastreiam um grande volume de dados pessoais que seriam muito valiosos se expostos, colocando em risco a privacidade.

Diante dessas características, a aplicação de maior potencial para a tecnologia é o seu uso para substituir senhas, meio de autenticação com diversos casos de violação. "As senhas não são amigáveis para os seres humanos", defende Sjoblad.

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