Redes sociais sem monitoramento expõem as crianças, diz pesquisa
Dados mostram que apenas 38% dos pais conversam com os filhos sobre os riscos que correm em ambientes on-line
As redes sociais fazem parte da revolução digital e são praticamente indispensáveis nos dias atuais. No entanto, o inimigo pode estar do outro lado da tela. Uma pesquisa realizada pela Kaspersky Lab e pela B2B International revelou que 22% dos pais acreditam que não podem controlar o que os filhos veem ou fazem on-line, embora quase metade (48%) se preocupe com o fato de que os filhos possam enfrentar cyberbullying e outros riscos.
“A internet traz muitos benefícios, mas, infelizmente, também permite que certas pessoas liberem seus traços humanos destrutivos. Para as vítimas, os danos psicológicos podem ser enormes e de longa duração”, diz Eugene Kaspersky, presidente da Kaspersky Lab.
A pesquisa também mostrou que as tentativas bem-intencionadas por adultos para dar aos seus filhos um pouco de privacidade poderia, de fato, estar deixando-os mais vulneráveis ao assédio e ao abuso on-line. Por exemplo, apenas 19% afirmam que é amigo ou que segue seus filhos em redes sociais e apenas 39% monitoram as atividades on-line de seus filhos. Apenas 38% conversam com os filhos sobre os riscos on-line, o que pode refletir uma falta de convicção e compreensão.
Atenção total
A fotógrafa Simone Dib, 30, libera as redes sociais para que a filha, Alicia, 9 anos, as use. A garota está antenada em aplicativos, tablets e smartphones. No entanto, tudo está sob a supervisão da mãe.
“Ela usa o Instagram (rede social de fotos) e o WhatsApp (rede social de troca de mensagens). Suas amigas criaram grupos e tem dia que ela acorda e já tem 500 mensagens. E eu olho tudo”, comenta.
O Instagram de Alicia é bloqueado e só tem acesso quem é liberado por Simone ou seu marido, Diogo. “Apenas nós dizemos quem pode ver suas fotos e interagir. Perguntamos se ela conhece a pessoa que pede autorização. No entanto, não permitimos que ela use Facebook, afinal é muito mais escancarado”, diz a mãe.
O mesmo zelo é tido pela atendente de telemarketing Antinesca Gonzaga Pradelli, 44 anos. Nada que a filha Maria Rita, 7, faz no mundo on-line foge de sua atenção. “Eu que adiciono ou excluo as pessoas. Entro nas mensagens no Facebook e WhatsApp para ver o que e com quem ela fala”, diz.
Ela conta que sempre recomenda que a filha não adicione e não fale com desconhecidos. “Ela não se importa que eu vasculhe, mas vai chegar uma hora em que ela vai crescer e querer mais privacidade. Terei que alertá-la, apenas”, diz.
O especialista em Tecnologia de Informação de Araraquara Felipe Pestana diz que existem muitos riscos na internet, e a atenção de pais e responsáveis é fundamental. “É uma droga digital e, sem supervisão, pode ser ainda pior. O que alivia é saber que 99% das pessoas podem ser rastreadas e crimes não ficam mais impunes”, conclui.
A reportagem completa você confere no Jornal Tribuna Araraquara desta quinta-feira (19).