O cenário econômico atual da América Latina, a concentração de investimentos  e as crises econômicas que afetaram os Estados Unidos e Europa nos últimos anos mudaram o cenário da distribuição global de ameaças digitais. A região latino-americana registra crescimento mensal de 7% no número de ciberataques, enquanto Rússia, Austrália e Canadá registram queda de 8,34%, 8,77% e 16,92%, respectivamente. Os Estados Unidos se mantiveram com o mesmo cenário e não registaram nem alta nem baixa.

Dmitry Bestuzhev, diretor do time de pesquisadores globais e analistas para América Latina da Kaspersky Lab, revelou nesta segunda-feira (20/08), durante a Cúpula Latino-Americana de Analistas de Segurança 2012, que ocorre em Quito (Equador), que o País,na região, está atrás apenas do Panamá, que apresenta crescimento no número de ocorrências de 12% e do Paraguai, que tem crescimento de 10%.

Muitas dessas ameaças são como a Sality, que se propaga por redes corporativas. “Lamentavelmente as corporações brasileiras lidam muito mal com esse tipo de ameaça. Vemos muitos casos de Sality, porque as práticas aplicadas para software não são usadas em dispositivos móveis.”

O mercado do cibercrime no mundo é promissor e seus números preocupam a companhia – que alerta usuários e empresas. Todos os dias são detectadas 125 mil novas amostras de vírus, ou seja, a cada segundo surge um vírus e meio; e cerca de 350 mil exploits são descobertos todos os dias.

Os números apresentados por Bestuzhev mostram que a América Latina se transformou em um exportador de malware, são cerca de 25 mil ataques diários, 17 por minuto. Esse êxito na região pode ser medido  pela quantidade de ataques registrados – de janeiro a agosto a Kaspersky obteve mais de 2.276.017 de notificações; crescimento no número de ofertas de produtos roubados – como dados de cartão de crédito e perdas financeiras reportadas para as polícias da região.

Brasil

O Brasil é campeão no bom e no mau, segundo Bestuzhev. “Por um lado o País trabalha muito para desenvolver programas para parar ataques cibernéticos. Porém, por ser grande, possui diferenças sociais e as pessoas menos privilegiadas muitas vezes criam ataques para conseguir dinheiro. Temos fotos desses criminosos em que podemos perceber que são pobres, mas têm carros caros”, explicou. A desatualização da lei contra crimes cibernéticos também é um problema apontado pelo especialista.

 

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